Atividade reforça a importância dessa expressão corporal usada como forma de resistência no período escravagista
Promover o conhecimento e valorização da riqueza da expressão corporal usada como resistência durante o período escravocrata e atualmente considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Esse foi um dos objetivos da aula especial de capoeira realizada nesta quinta (17) e sexta-feira (18) no curso de Educação Física da Universidade Castelo Branco. A atividade é parte da disciplina Introdução a Lutas, conduzida pelo professor Flávio Damiano, e trouxe como convidados o capoeirista Mestre Urso e o Grupo Senzala.
Durante a aula, os participantes puderam ver mais a fundo os fundamentos da capoeira, incluindo movimentos, músicas e a filosofia que envolve essa forma de expressão. Além de promover a prática esportiva, o evento buscou fortalecer a conexão dos estudantes com a cultura brasileira.
O exercício prático acontece na esteira das aulas teóricas ministradas aos alunos, que estudaram sobre as origens da capoeira, remontando o Brasil colonial. Como conta o professor, essa arte tem raízes na Dança da Zebra, ou N’Golo, praticada pelo povo “Mucope”, do sul de Angola. Trazida para o território nacional pelos escravizados, essa expressão praticada nas senzalas foi mesclando dança, música e luta, dando origem a capoeira, “uma arte marcial genuinamente brasileira”, como reforça Damiano.
“Frente a necessidade de os escravizados ‘se libertarem’, essa prática foi modificada, sendo inserido chutes e socos, adaptados ao movimento de ‘ginga’. A capoeira é uma arte marcial, genuinamente brasileira e, com ela, podemos promover atingimentos que vão da sua prática corporal rica aos movimentos históricos de parte da humanidade”, aponta o educador.