Evento destacou a segunda edição do Guia Alimentar da População Brasileira, lançada pelo Governo Federal em 2014, e suas diretrizes para promover hábitos alimentares mais saudáveis
O Guia Alimentar da População Brasileira foi tema da palestra conduzida pela professora Roberta Tavares, coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Castelo Branco, durante o Seminários Abertos realizado nesta quarta-feira (27/11). Durante o encontro, a educadora apresentou as principais diretrizes da última edição do documento, lançada em 2014 pelo Ministério da Saúde, que aborda os princípios e as recomendações oficiais da pasta voltadas para a promoção da saúde e a prevenção de doenças.
Segundo Tavares, o incentivo ao consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, aliado à redução de produtos ultraprocessados, é o caminho para melhorar os hábitos alimentares da população. “Se temos uma alimentação adequada, a tendência é sermos mais saudáveis. Do contrário, enfrentamos problemas como sobrepeso, obesidade e hipertensão, que têm crescido significativamente em todas as faixas etárias”, destacou.
A professora também ressaltou a conexão entre a alimentação da população e os custos no sistema público de saúde. “Se os gestores cuidam da forma como o povo se alimenta, reduzimos a incidência de doenças crônicas, que sobrecarregam as unidades de saúde e geram altos gastos públicos”, explicou.
Conforme apontou a especialista, o país passou por diversas mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais ao longo das décadas, que refletiram em transformações no modo de vida da população, sobretudo na forma de se alimentar. Problemas como a falta de vitamina, desnutrição e fome oculta tiveram uma redução significativa, apesar de ainda estarem presentes principalmente em áreas mais vulneráveis. Por outro lado, doenças como diabetes e hipertensão passaram a ganhar mais espaço com a popularização de alimentos ultraprocessados e de baixo nutriente.
Para Roberta Tavares, a educação nutricional precisa ser encarada como uma prioridade na formação de hábitos alimentares mais saudáveis, combatendo a desinformação que ainda perpetua mitos sobre dietas, alimentos e modismos. “Não se trata de proibir alimentos, mas de aprender a fazer escolhas equilibradas, adaptadas à realidade de cada pessoa”, pontuou. Ela também destacou que a reeducação alimentar é um processo gradual, que exige tanto acesso a informações confiáveis quanto estímulos para a prática de uma alimentação saudável no dia a dia.