Seminários Abertos: Perigo de intoxicação pela interação entre medicamentos é assunto debatido no primeiro encontro de dezembro

Iniciativa acontece nesta quarta-feira (04), a partir das 17h, no campus Realengo, e visa alertar quanto aos riscos do uso inadequado de fármacos

Orientar a população sobre o uso inadvertido de medicamentos, que muitas vezes podem levar a consequências como a intoxicação. Esse é um dos objetivos da palestra que será ministrada pela professora Luciane Barreiro, coordenadora do curso de Farmácia da Universidade Castelo Branco, no Seminários Abertos desta quarta-feira (04/12), a partir das 17h, no campus Realengo. “A iniciativa tem como propósito alertar a população sobre os riscos de se fazer uma automedicação e de se omitir a rotina de vida dos profissionais prescritores”, afirma a educadora.

Para Barreiro, muitas pessoas ainda se medicam inadvertidamente por desconhecerem as consequências dessa prática e pelo déficit no atendimento à população no sistema de saúde. “Por conta disso, muitos acham mais fácil tirar dúvidas com o amigo e ir numa farmácia onde a maioria dos medicamentos são de venda livre e adquirir o seu. No geral, as pessoas costumam ter medo dos medicamentos de controle especial, ao contrário de quando a venda é livre e qualquer um pode comprar”, sublinha. 

A especialista chama atenção para os perigos da sobredosagem, comum em automedicações no dia a dia, como no uso de remédios para dor de cabeça e outros problemas corriqueiros. “Muitas vezes as pessoas acham que quanto mais remédio, melhor. Mas, para determinados medicamentos, duplicar a dose pode fazer com que o indivíduo vá a óbito imediatamente. Além disso, as intoxicações medicamentosas surgem, em sua maioria, diante do uso de vários medicamentos por uma mesma pessoa”, pontua. “Essa é a razão pela qual, quando a gente vai ao médico, ele pergunta se a gente faz uso de medicamentos regularmente. Na verdade, ele está querendo, de antemão, evitar potenciais interações”, explica.

Além do risco das interações medicamentosas, a professora Luciane Barreiro enfatiza a influência de alimentos e suplementos no metabolismo de medicamentos. “Mesmo consumindo a dose correta, um alimento que inibe o metabolismo pode elevar a concentração do princípio ativo no organismo, causando toxicidade”. Barreiro também alerta sobre o uso de chás e ervas medicinais: “Embora terapêuticos, muitos chás podem interagir com medicamentos, gerando metabólitos tóxicos ou comprometendo sua metabolização, o que pode levar ao acúmulo no organismo”.

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