“Quanto mais instruímos a comunidade, mais pulverizamos conhecimento”, defende o docente da pós-graduação em Gestão e Saúde na Atenção Primária na UCB e coordenador Atenção Primária das Clínicas da Família da Grande Bangu (CAP 5.1), Raphael Costa
No último domingo de janeiro — neste ano, o dia 26 —, o Brasil celebrou o Dia Mundial de Enfrentamento da Hanseníase, parte da campanha Janeiro Roxo, de conscientização sobre essa doença transmitida por vias respiratórias e que afeta a pele, os nervos periféricos e outros órgãos, podendo causar danos irreversíveis se não tratada precocemente. Cumprindo com o seu papel na divulgação científica, o tema se faz presente em diversas frentes na Universidade Castelo Branco. Em participação recente ao podcast UCB In Foco, o docente do curso de Medicina e coordenador de Atenção Primária das Clínicas da Família da Grande Bangu (CAP 5.1), Raphael Costa, falou sobre a importância da conscientização da doença e do diagnóstico precoce, que aumenta as chances de sucesso no tratamento.
“É essencial conscientizar a população sobre os sinais da hanseníase e desmistificar o estigma que a envolve. Com o diagnóstico precoce, é possível evitar complicações graves e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, afirmou especialista em Saúde Pública e coordenador da pós-graduação em Gestão e Saúde na Atenção Primária da UCB. De acordo com o professor, os sintomas da hanseníase incluem manchas na pele, em qualquer parte do corpo, com alteração na sensibilidade principalmente em relação ao calor e ao frio; dor e sensação de choque ou formigamento nas mãos e nos pés; diminuição de força na musculatura do rosto, das mãos e pés; e o surgimento de nódulos no corpo, em alguns casos acompanhados de dor e vermelhidão.
“É uma doença que lutamos dia após dia para que os profissionais estejam atentos, mas que a população também consiga reconhecer os sintomas. Fazer a detecção precoce é importante. Em caso de qualquer indicativo, a recomendação é procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa”, reforça.
Cenário da hanseníase no Brasil
Um boletim epidemiológico publicado na última segunda-feira (20) pelo Ministério da Saúde aponta que o Brasil permanece na segunda posição como o segundo país no mundo com o maior número de novos casos registrados de hanseníase. De acordo com o informativo, foram detectados cerca de 22,77 mil novos casos em 2023, o que corresponde a uma taxa de detecção de 10,68 novos casos por 100 mil habitantes — valor considerado alto de acordo com os parâmetros oficiais. De 2019 até o ano de referência, o total de registros foi de 120,17 mil.
Para o professor, o estigma em torno da doença, apesar de menor em relação às décadas anteriores, ainda é um dos principais obstáculos no enfrentamento da hanseníase no Brasil. “Precisamos trabalhar a prevenção e discutir temáticas com menos estigmatização. A hanseníase não escolhe classe social, credo ou faixa etária, podendo acometer qualquer pessoa. Cabe a nós, gestores e profissionais de saúde, pensar em estratégias de alcance que levem informação de qualidade para todos”, afirmou Raphael Costa, defensor da ideia de que compartilhar conhecimento, seja em casa ou entre a comunidade, é uma das principais ferramentas para reduzir o impacto da doença.
Formação integrada e prática na UCB
Em sua fala, o professor Raphael Costa ressaltou ainda o compromisso da Universidade Castelo Branco com a saúde pública, com foco em situações reais ao longo da formação dos futuros profissionais desde os períodos iniciais. “Levamos os alunos para o campo desde o primeiro período, visitando equipamentos como o Super Centro Carioca, o Centro de Inteligência Epidemiológica e unidades em territórios de alta e baixa vulnerabilidade. Isso permite que eles desenvolvam uma visão mais ampla e estratégica, entendendo o território em que irão atuar”, explicou. “Quando os estudantes têm contato direto com os desafios reais da saúde pública, como manejar casos de hanseníase, isso agrega valor à sua formação. Eles aprendem a diagnosticar não apenas doenças, mas também o contexto social e as necessidades dos pacientes, preparando-se para contribuir de forma significativa com o sistema de saúde”, completou.
Vale lembrar que na Universidade Castelo Branco, além das aulas em campo, os estudantes de Saúde têm a possibilidade de realizar estágios em instituições parceiras, incluindo a vasta rede da Organização Social de Saúde (OSS) Viva Rio e as unidades do Exército Brasileiro, com destaque para o Hospital Central do Exército.

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