A professora Roberta Tavares aborda estratégias essenciais para cuidar da saúde durante a estação mais quente do ano
Com a chegada do verão, os dias ensolarados tornam-se um convite para as atividades ao livre. No entanto, a estação exige atenção redobrada com a saúde. Na última semana, por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro atingiu a classificação nível 3 de calor numa escala de cinco — quando há registro ou aumento da temperatura por, ao menos, três dias consecutivos —, ultrapassando os 40º em diversos pontos do município, segundo monitoramento do Centro de Operações Rio.
Nesse cenário, a nutrição adequada se destaca como um dos pilares fundamentais para garantir o bem-estar necessário para lidar com as altas temperaturas. “A alimentação adequada é crucial para manter o corpo saudável e hidratado durante a estação mais quente do ano”, afirma a coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Castelo Branco, professora Roberta Tavares.
A docente explica, em participação no UCB In Foco, que durante o verão, sintomas como fadiga, dor de cabeça e perda de apetite podem ser comuns devido ao mal-estar provocado pelas altas temperaturas. Para reduzir esses impactos, a nutricionista ressalta a importância de manter uma hidratação adequada. “Nesse momento em que a gente vive temperaturas tão intensas, se torna ainda mais interessante que a gente faça uma boa hidratação. O ideal é que a gente tome 35ml de água por quilo de peso — você multiplica seu peso por 35 e aí vai achar a quantidade de água necessária para o seu dia. Vale dizer que, quando eu me refiro à água, eu não estou falando de qualquer líquido, é água mesmo. Muitas vezes as pessoas têm a tendência de buscar bebidas que sejam mais refrescantes, refrigerantes, sucos, e acabam negligenciando a água, que é de extrema importância quando a gente pensa em saúde e qualidade de vida”, salienta. Para se refrescar e afugentar o calor, a especialista recomenda ainda opções como água com gás e frutas, principalmente as com maior teor de água, como a melancia e o abacaxi.
Além disso, uma alimentação equilibrada é essencial para preservar a saúde do corpo e da pele. A professora aponta que alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais são grandes aliados para uma pele mais saudável e na redução dos danos causados pelo sol. “As fibras presentes em legumes, verduras e frutas ajudam na beleza e saúde da pele, enquanto vitaminas e minerais colaboram na fotoproteção e na manutenção de uma pele saudável”, detalha. Ela também enfatiza a importância das proteínas, que auxiliam na sustentação e firmeza da pele, sugerindo a inclusão de saladas com frango desfiado ou atum, além de smoothies para uma combinação leve e nutritiva.
Proteção para além da alimentação
Outro aspecto que merece a devida atenção, sobretudo durante o verão, é a proteção da pele contra os raios UV, que têm a incidência aumentada significativamente durante a estação mais quente do ano. Para evitar danos mais graves, como queimaduras e o câncer de pele — o tipo de câncer mais comum no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, representando 30% dos casos de tumores malignos no país —, a professora Roberta Tavares reforça a importância do uso de protetor solar, além de apostar em roupas leves e chapéus ou outros acessórios. “A proteção solar deve ser parte da rotina, mesmo em dias nublados, para evitar consequências a longo prazo”, alerta.
Durante os dias mais quentes, a segurança com a alimentação também exige atenção especial, especialmente em situações como idas à praia ou consumo de alimentos fora de casa. A professora alerta para o risco de intoxicações alimentares e recomenda prudência na escolha e armazenamento dos alimentos. “A gente tem a tendência de ir à praia e consumir alimentos expostos por longos períodos ao calor, sem saber a procedência ou o tempo de armazenamento. Nessas ocasiões, é melhor planejar e levar frutas, snacks ou sanduíches feitos em casa, armazenados de forma adequada”, explica. Ela também ressalta a importância de observar o aspecto, odor e aparência dos alimentos antes do consumo, especialmente no caso de pedidos via aplicativos, que podem envolver longos períodos de entrega e comprometer a qualidade. “As gastroenterites são mais comuns no verão devido ao armazenamento inadequado dos alimentos e às altas temperaturas, e isso reforça a necessidade de um olhar atento para evitar qualquer tipo de intercorrência”, completa.