Mal de Alzheimer: campanha Fevereiro Roxo alerta para importância do diagnóstico precoce e formas de prevenção da condição

Foto: Freepik

Docente da Universidade Castelo Branco e preceptora de estágio de Saúde Mental, a enfermeira Márcia Calazans chama atenção para a importância da estimulação cognitiva, da adoção de hábitos saudáveis como forma de prevenção do Alzheimer e do diagnóstico precoce para enfrentar a doença neurodegenerativa

Parte das campanhas de meses coloridos, de conscientização sobre diversos transtornos e doenças, a Universidade Castelo Branco mais uma vez cumpre com o seu papel de responsabilidade social aderindo ao Fevereiro Roxo, que visa chamar a atenção da sociedade para o enfrentamento de doenças crônicas, entre elas o Alzheimer, uma das condições destacadas na iniciativa. O distúrbio afeta progressivamente a capacidade cognitiva, o raciocínio lógico, a memória e o aprendizado, impactando inclusive aqueles responsáveis pelo cuidado da pessoa com a condição.

No Brasil, cerca de 1,2 milhões de pessoas convivem com o mal de Alzheimer, e 100 mil novos casos são diagnosticados anualmente, apontam dados do Ministério da Saúde. Docente de Enfermagem da UCB e preceptora de estágio de Saúde Mental, a professora Márcia Calazans explica que a incidência é mais comum a partir dos 60 anos de idade, apesar de também poder afetar pessoas mais jovens, incluindo crianças e adolescentes. 

De acordo com Calazans, apesar de não ter uma causa definida, a doença pode ser desenvolvida por influência de fatores genéticos, aspectos ambientais e até mesmo pelo estilo e qualidade de vida. As principais condições de risco incluem: idade; disposição genética; exposição frequente a situações de estresse; tabagismo e abuso de álcool; sedentarismo; e exposição constante a situações de estresse, telas (como celular e TV) e poluição.   

A especialista aponta que o Alzheimer se divide em três fases, com a evolução da doença e a gravidade dos sintomas variando de pessoa para pessoa. “No estágio inicial, o paciente começa a esquecer conversas e acontecimentos mais recentes, além de datas e eventos do dia a dia. Surge a dificuldade para lembrar o nome de pessoas e objetivos, a tomada de decisões fica afetada, há perda no prazer em realizar atividades comuns da rotina, além das constantes mudanças de humor”, explica.

Na fase intermediária, os sintomas passam a ser mais severos, como aponta Calazans: “Eles incluem confusão — a pessoa se perde nas datas e horários —, comportamento repetitivo, com repetição de palavras; sensação de perseguição e paranoia; problemas de sono; mudanças de humor mais severa, com sentimentos como tristeza e agressividade mais intensos”. Já o estágio avançado é marcado pelo esquecimento de funções básicas; dificuldade para comer e realizar tarefas simples; incontinência urinária e fecal; perda de peso; e o comprometimento no reconhecimento de pessoas e acontecimentos. “É a mais angustiante para a família”, sublinha a enfermeira. “Quem tem alguém com a doença, não deixe de estimular a memória da pessoa querida. Mostre fotos, converse, coloque música, dance… busque alternativas que impactam positivamente a qualidade de vida no dia a dia”. 

Sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoce

Calazans reforça que é importante se atentar aos sinais de alerta do Alzheimer, que passam pela maior frequência no esquecimento de objetos e afazeres e pela dificuldade na comunicação. “Essa é uma doença neurodegenerativa, a memória vai falhando de forma progressiva. O esquecimento é o primeiro dos sintomas. É normal, por exemplo, termos apagões por conta do cansaço e esquecermos objetos como chave, celular e carteira; mas isso deixa de ser natural quando passa a ser frequente”, pontua. “Existe ainda o sinal na comunicação, com maior dificuldade na hora de encontrar palavras e de entender o que o outro está dizendo; e até mesmo a dificuldade para se vestir, escolher a roupa a se usar, preparar refeições e a fazer a higiene pessoal. Todas essas questões começam a ficar mais desafiadoras. O sinal é o acúmulo e a frequência desses problemas”, completa. 

O diagnóstico precoce é essencial para retardar a progressão do Alzheimer e melhorar a qualidade de vida do paciente, conforme aponta Márcia Calazans. Segundo a especialista, é fundamental buscar orientação médica ao notar sinais recorrentes da doença. “Uma das metas mais importantes que devemos cumprir é a da saúde. Temos que tirar um tempinho para fazer o exame periódico, ir ao médico”, ressalta. O diagnóstico envolve anamnese detalhada, exames físicos e de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, que ajudam a identificar anormalidades no cérebro.

Para a prevenção da doença, a enfermeira recomenda um estilo de vida saudável, com prática regular de exercícios físicos, alimentação equilibrada rica em ômega 3 e 6 — presentes em alimentos como peixes, sementes e oleaginosas —, e a estimulação mental com jogos estratégicos, como xadrez e palavras cruzadas. Além disso, controlar hipertensão, diabetes e colesterol, evitar tabagismo e exposição a poluentes também são medidas importantes. “Precisamos nos proteger das questões ambientais e ter cuidado com a nossa saúde, em primeiro lugar”, destaca.

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